29/11/2018

Com o roadshow Norte Digital a chegar ao fim, a Casa do Infante, no Porto, recebeu a penúltima sessão de informação, organizada em colaboração com a Porto Digital.

Desta vez, conhecemos a história da Barkyn, uma startup que nasceu da ideia de num único local reunir tudo para os cães, falamos do lançamento de projetos de e-commerce e terminamos a conversar sobre Inteligência Artificial.

André Jordão foi recebido por uma audiência curiosa para conhecer o caso da Barkyn, startup criada em 2016 que promete resolver todas as necessidades dos cães e que foi selecionada pela Google para integrar um programa de aceleração em Madrid. O fundador da Barkyn começa por afirmar que no mercado em que as startups se lançam existe pelo menos um “tubarão”, o que exige por um lado, que se dominem as ferramentas de marketing digital e, por outro, que a marca consiga diferenciar-se. No caso da Barkyn, o caminho tem sido pela individualização da oferta. A marca orgulha-se de fazer os clientes sentirem-se VIP, oferecendo um serviço premium a preço acessível. A personalização do packaging (de acordo com as características do cão) e da oferta “tem um impacto brutal no cliente”, afirma André. Os visitantes do site entram num jogo em que vão respondendo a questões sobre o comportamento e hábitos do animal e é a partir desta experiência de gaming que são recolhidos dados que vão individualizar o que é proposto aos donos. O site conta com um assistente para esclarecer questões e proporciona também apoio clínico remoto, que é outro fator de diferenciação em relação aos concorrentes. Em apenas dois anos, os resultados estão à vista: atualmente despacham de 300 a 400 encomendas/dia, vendem 12 toneladas de ração por mês e estão a crescer 20 a 30% por mês, estimam chegar ao final do ano com uma faturação de 2 milhões de euros e são uma das 8 startups escolhidas pela Google para um programa de aceleração em Madrid.

Atento ao futuro, André Jordão diz que a tendência de fazer pesquisas por voz, evidente no público com idade inferior a 25 anos, deverá continuar a crescer e alargar-se às restantes faixas etárias. Assim, a Barkyn que já regista 50 a 60% do tráfego no telemóvel, deverá apostar cada vez mais no single screen commerce, com aconselhamento com conteúdo e assistente pessoal mobile.

Diz-me o que fazes na net, dir-te-ei quem és

Mais uma vez como oradora especialista, Vera Maia trouxe ao Porto conselhos sobre o lançamento de projetos de e-commerce. A escolha da plataforma de e-commerce é fundamental e para tal é necessário perceber o número de produtos que a loja irá ter, se vai integrar com outras plataformas, quantas línguas terá, as moedas, os preços, entre outros pormenores importantes. A consultora da Salsa e da Prof, lembrou que a loja online deve estar preparada para integrar com o Messenger ou Whatsapp, por exemplo. O atendimento ao cliente é, na opinião da especialista, um dos fatores mais importantes no sucesso da loja online, pelo que deve estar dentro de portas e não ser atribuído a uma empresa externa. A escolha da transportadora é outro passo importante e deve ser bem ponderada.

A parte final da sessão ficou a cargo de Miguel Monteiro, do Data Science Portugal, que ajudou a perceber o que é o Data Science e como esta tendência de futuro já se manifesta no e-Commerce. O cientista de dados descodificou alguma terminologia e explicou que os motores de recomendações baseiam-se em algoritmos que preveem comportamentos de acordo com o histórico de interação. No caso de sites que o utilizador nunca visitou, há empresas que já usam o lead scoring, isto é, analisam dados demográficos da cidade onde a pessoa está a aceder, por ex., ou do dispositivo, para fazerem recomendações que vão ao encontro das suas necessidades. Embora o mercado português ainda não use a inteligência artificial no máximo das suas possibilidades, Miguel Monteiro explicou que nos EUA a análise de dados é usada mesmo em áreas sensíveis, como na atribuição de seguros de saúde, pelo que a evolução desta ciência deve ser acompanhada pela discussão ética dos seus limites. 

As candidaturas para o piloto de qualificação de 50 PME encontram-se abertas até ao final do mês de Janeiro. Candidate-se aqui